Setembro Amarelo e a depressão infantil
Ouvimos falar muito sobre depressão em adultos, mas você sabia que os pequenos também podem desenvolver a doença? Saiba como identificar sinais da depressão infantil, uma realidade não tão comum, mas que traz preocupação a pais, médicos e educadores.
Segundo o Ministério da Saúde, a depressão é um dos principais determinantes para a tentativa de suicídio e para a ação efetiva entre os jovens. Por isso, a importância de começar a preveni-la desde cedo. Estamos no Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, e queremos alertar que situações que envolvem violência física, homofobia, consumo abusivo de álcool e uso de drogas contribuem para aumentar a vulnerabilidade nesta faixa etária.
Prevenção precoce
Há alguns assuntos que as famílias demoram a tratar com os filhos, por acharem que ainda é cedo. Mas o ideal tratar o quanto antes com os pequenos sobre alguns temas, como a depressão. “Não é comum a tentativa de suicídio na infância, mas isso pode ocorrer. Atendemos, com mais frequência, casos de depressão infantil, sem chegar a ideação ou tentativa de suicídio. Trata-se, portanto, de uma prevenção secundária”, explica a médica psiquiatra e gerente do Centro de Orientação Médica e Psicopedagógica (Compp), Lilian Lordelo, sobre o trabalho desenvolvido no serviço, que atende crianças de até 12 anos de idade, em Brasília.
Diagnóstico
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), diagnosticar depressão é mais difícil nas crianças, pois os sintomas podem ser confundidos com malcriação, pirraça ou birra, mau humor, tristeza e agressividade. “O que diferencia a depressão das tristezas do dia a dia é a intensidade, a persistência e as mudanças em hábitos normais das atividades da criança. Costuma manifestar-se a partir de uma situação mais traumática, como a separação dos pais, uma mudança de colégio, a morte de uma pessoa querida ou animal de estimação”, alerta a Fundação.
Sintomas da Depressão Infantil
Toda doença se manifesta de formas diferentes em cada organismo, mas alguns sintomas comuns podem nos ajudar a diagnosticar a Depressão Infantil:
– Sentimentos de desesperança;
– Dificuldade de concentração, memória ou raciocínio;
– Angústia;
– Pessimismo;
– Agressividade;
– Falta de apetite;
– Tronco arqueado;
– Falta de prazer em executar atividades;
– Isolamento;
– Apatia;
– Insônia ou sono excessivo que não satisfaz;
– Desatenção em tudo que tenta fazer;
– Queixas de dores;
– Baixa autoestima e sentimento de inferioridade;
– Ideia de suicídio ou pensamento de tragédias ou morte;
– Sensação frequente de cansaço ou perda de energia;
– Sentimentos de culpa;
– Dificuldade de se afastar da mãe.
Lembrando que não é porque seu filho demonstra alguns desses sintomas acima que ele pode esteja com depressão infantil. Mas caso você perceba esses comportamentos, é importante consultar um médico, que fará o diagnóstico. É preciso ficar atento aos alertas sutis que os pequenos demonstram e conversar com eles. Mesmo na correria do dia a dia, é extremamente necessário que os pais dialoguem com os filhos, o que ajuda a estar próximos deles e atento a mudanças no seu comportamento.