Vacinação infantil: é seguro mandar as crianças à escola sem imunização completa?
Com as férias escolares chegando ao fim, muitos pais têm ficado em dúvida se mandam ou não seus filhos para a sala de aula. Afinal de contas, a vacinação infantil contra a Covid-19 começou há pouco e muitas crianças ainda não foram completamente imunizadas. Além disso, o país passa novamente por um pico de contaminação, com a circulação da variante ômicron.
De acordo com o Ministério da Saúde, a imunização está ocorrendo em ordem decrescente de idade, com prioridade para os pequenos que têm comorbidade ou deficiência permanente. Devido a esse cenário, surge a indagação: é seguro mandar as crianças à escola sem a vacinação completa?
Opinião dos especialistas
Segundo a pediatra Ana Escobar, em entrevista à GloboNews, a escola pode ser um ambiente mais seguro “do que a própria casa das crianças, portanto não há razão para não mandar seus filhos para a escola”. De acordo com a especialista, “a escola é segura no momento em que professores e funcionários, estão vacinados e seguindo os protocolos de segurança, como uso de máscara, lavagem de mãos, e as escolas estão fazendo isso”.
A epidemiologista Ethel Maciel, em entrevista ao G1, disse que o ambiente escolar estará mais seguro para o ano letivo de 2022. “Com a comunidade adolescente e adulta já vacinada, a não ser que os indicadores municipais sejam muito ruins e haja muita contaminação nas escolas, vamos ter um ambiente muito mais seguro do que no ano passado”, comenta.
Já o pediatra e infectologista Renato Kfouri, em entrevista ao Portal Uol, disse que o nível de segurança das escolas vai depender de alguns fatores básicos preventivos. “Quanto mais ventiladas forem as salas, mais espaçadas as cadeiras, mais máscaras se utilizarem e quanto mais pessoas estiverem vacinadas, menor o risco”, alerta o especialista. Ele ressalta ainda que, ao contrário disto, ou seja, quanto menos vacinação e mais alunos por sala, por exemplo, maior será o risco.
Lembrando que apenas uma dose da vacina não protege 100% a criança. É preciso ficar atento às datas do esquema vacinal para completar a imunização no tempo previsto.
Os cuidados continuam
Além disso, é preciso continuar com os cuidados de higiene como o uso de máscara, o distanciamento social, a lavagem das mãos várias vezes ao dia e o uso do álcool em gel. Os familiares também devem orientar os pequenos para que não compartilhem objetos pessoais com os colegas e para não trocarem máscaras.
Aulas presenciais são importantes
Muitas crianças foram afetadas sem aulas presenciais, não somente no aprendizado, mas também no seu desenvolvimento pessoal. Isso porque ficaram impedidas de interagirem presencialmente com os colegas. No entanto, a realidade não é a mesma para todos os alunos. Muitos têm acesso a tecnologias para estudar em casa, outros não. Muitas crianças também convivem no mesmo ambiente que pessoas com comorbidades, por isso, todo cuidado é pouco. Cada família deve pesar os prós e contras do retorno presencial às salas de aula e avaliar se é o melhor a ser feito.
E você, acha que é segura a volta às aulas sem a vacinação infantil completa?